A Tristeza de Plutão

Pobre do Plutão, foi a vida inteira conhecido como um planeta, de repente deixou de ser, sem aviso prévio e nem indenização.

Por meses Plutão não entendeu o que tinha acontecido, um dia planeta no outro dia nada, foi excluído dos livros, deixou de ser mencionado, as crianças do futuro não vão nem conhece-lo por planeta e sim por um filósofo.

Ele chorou, pensou em deixar de existir de verdade, mas quem choraria sua morte? Quem faria o seu enterro? Quem levaria flores? Quem iria vestir seu luto? Quem faria o seu leito eterno entre as estrelas?

Plutão desistiu, ninguém sentiria sua falta, então ele começou a se perguntar: quem teria roubado o lugar dele? Quem agora faria parte dos trabalhos escolares? Ou simplesmente o teriam excluído sem haver substituto?

Plutão sorriu e pensou: que graça teria a sua exclusão sem haver alguém pra por no seu lugar?

Triste Plutão, com alguém ou não, ele continuaria sozinho, muitas vezes se igualando ao Pequeno Príncipe, mas se dando conta logo depois que ele não tinha uma rosa e, nem poderia sair do lugar para conhecer outras galáxias.

Doce Plutão, ficava sonhando que iria para outra galáxia e, seria amado por todos, ninguém iria destituir o cargo dele de planeta, imagina se contasse que na sua galáxia ele era o menorzinho; querido, pensando que encontraria planetas bem menores e poderia então exercer o direito que era seu de planeta.

Seria maravilhoso, mas Plutão sabia que não era assim as coisas, então chorou mais uma vez, se perguntando o que teria feito para ser colocado de lado, só porque era o menor dos irmãos? Ou por ter três luas?

"É isso!" pensou Plutão: " não estarei sozinho, pois tenho três luas a me idolatrar."

Solitário Plutão, sabia que não seria a mesma coisa, mas tentaria disfarçar a sua saudade toda vez que uma estrela cadente passasse por ele.

Calma Plutão, você não foi substituído, só virou um planeta anão.